sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Salada de fruta

E já se foram 11 dias, quase 12, que o ano começou e olha só: até agora só pessoas lindas passaram por mim. 
  Eu estava com super planos de viajar essas férias, saindo de uberlândia e  ir pra cidades  vizinhas até chegar no sul,  planos estragados graça a um pequeno problema de saúde que me impediu. E guess what; cá estou em coromandel. Não que eu não esteja gostando, muito pelo contrário. Tá aquele climinha de chuva e aquela migração repentina de cama, tv, computador, cozinha, cama.
 Mas a parte chata é que quando eu fico com tédio eu viro uma ótima crítica. Principalmente quando acho o preço de algo injusto (organizadores do Carná-coró que o digam).
 Não ando criticando comida porque não ando comendo. Dá pra acreditar que critiquei até o novo filtro daqui? Acho o filtro de barro bem mais gostosinho, comparado com aquele filtro de plástico azul pra dar impressão de água limpa. E aquilo é um saco mesmo, só serve pra gastar energia (reclamo disso porque não to podendo tomar água gelada, apesar de chupar 2 picolés por dia). 
 Parte boa: tô emagrecendo. 
 Parte ruim: tô vendo cada vez mais o quanto eu sou chata. Sou praticamente uma criança insuportável quando doente. Meu dia se resume a dormir, acordar com dor -pausa pro remédio-, um danone, volto a deitar, almoço 2 pedaços de  carne -pausa, remédio-, quero comer salada de fruta agora. Chupo um picolé.  Mãe, faz salada de fruta? -pausa, remédio pra dor de novo-. Carrego o meu colchão pra sala e deito pra assistir tv. Cochilo e, opa, dor de novo, remédio de novo! "Salada pronta" aí é a vez de eu me esforçar um pouquinho a mais: "MÃAAAAAAAAAAE, TRAZ AQUI?" e lá vem minha mãe com a salada. Depois da salada, picolé. E minha vida tá sendo assim nessas férias, essa coisa de migração de cômodos com um sentimento de estar meio dopada. 
 parte ruim: a descrita aí em cima
parte "boa": fiquei umas boas horas num hospital, o que me fez ver que existem pessoas mais felizes e com mais problemas que eu.   
 Tinha especificamente essa mulher, de uns 38 anos, toda apavorada vindo na frente com uma maca e 3 enfermeiros atrás.
"Trás aqui, por favor"
  E onde eu tava sentada, pseudo-internada (tomando remédio na veia pros leigos), tinha uma porta grande na frente que dava pro estacionamento. A cama de rodinha do hospital (desculpem, não sei o nome se não isso ou simplesmente 'maca') passou bem do meu lado com  um velho bem idoso, que depois fui saber que era uma velha. Mas como tudo pode piorar, começou a chover. A mulher ficou mais preocupada ainda 
"-Moço, por favor, ela não pode molhar!!
-Então encosta seu carro aqui perto da porta"
 E a mulher saiu correndo atrás do tal carro. Quando estacionado, ela pedia pra que os enfermeiros a deixassem carregar a senhora, que não falava, não mexia e quase não se expressava, porque ela já estava "acostumada" a carregá-la. Os enfermeiros insistiram e conseguiram carregar a idosa pro carro. E olha, de onde eu tava sentada dava pra ver direitinho que a senhora era bem pesadinha! 
 Depois disso eu fiquei pensando onde a mulher morava, como era a sua casa, onde a senhora ficava... e  fiquei com vergonha com o meu pequeno drama desespero quando foram furar meu braço e sobre meu desespero maior ainda quando tiveram que furar minha mão porque a veia do meu braço tinha estourado (tá roxo até agora, coisa mais linda pra quem olha de longe e pensa que sou uma drogada). 
 Percebi que existem milhares de famílias com alguém necessitado, como a velha senhora, em casa e que não é de nada mal eu parar de dramaqueen em casa aproveitando do meu estado meio zen pelos remédios e ir na cozinha pegar  minha salada de fruta. 

 Espero que vocês tenham entendido a mensagem e vão atrás de suas saladas também.

2 comentários:

  1. Arruma um tag pra mandar mensagem pessoal pra você, espero que esteja bem lil mil, bjs no ombro. Adorei, Vanessa.

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