domingo, 16 de fevereiro de 2014

Meus futuros passos

Eu faço da nossa música a música de um outro casal que a mereça.
Faço das fotos apenas uma lembrança alheia. E as apago da minha.

Passo meus mimos a alguém que acorda pensando em o que escrever para agradar.
Passo meu abraço pra quem se une pra descobrir um jogo de computador qualquer. E acha legal não o fato do jogo, mas por estar acompanhado até pra isso.
Passo minhas cartas para a caixa no fundo do armário.
Passo minha esperança a quem espera a ligação depois de uma briga a toa.
Passo minha humildade a quem fere com orgulho.
Passo minha coragem a quem foge por medo de amar.
Passo meus passos a quem caminha sem rumo.
Passo minha fé a quem se esconde no escuro de si mesmo.
Passo minha poesia a algum outro que acredite.

domingo, 8 de dezembro de 2013

LILINDA VOLTOU

Alô alô, Brasil! Cansaram dos textos melosos? Das imagens românticas? E desse "lerê lerê to com medo de te perder"? 
Poisé, poisé. Tô sabendo que isso só é interessante pra quem tá apaixonado. 
Esses dias eu me encontrei com um amigo daqueles que você pode ficar anos sem ver mas mesmo assim ele consegue ainda ser o tipo de amigo íntimo que você fala de massagem vaginespecial na mesa de um bar. 
Ele me contou da namorada, de como era bom namorar e de como as coisas eram diferentes quando você namora (e isso é porque é a primeira namorada dele. Deixa só começar as brigas, o término, a dorzinha de cotovelo, a vontade de não ficar com ninguém de novo e de repente TCHUM: aparece outra vagabunda pra fazer tudo de novo, vide esse VÍDEO). 
  Mas o importante, meus estimados leitores, é que LILINDA VOLTOU! Sim, sim. Estou muito bem sentimentalmente falando. Relacionalmente (?) também. O sentimento ficou mais leve e assim ficou mais fácil de escrever sobre coisas... que realmente são coisas, não sobre essas coisas que não são coisas, tipo essa coisa chamada amor.
 Aííí, voltando pro meu amigo da massagem na mesa do bar, eu reparei que eu desaprendi a conversar. Lembro dele falar que tudo era diferente quando você vive a coisa de quando você lê sobre a coisa. A resposta mais inteligente que consegui pensar na hora foi: "Ah, mas isso é verdade. É bem diferente mesmo."
Eu não sei se era a vontade que eu tava de agradá-lo, mas eu comecei a me achar meio perdida na conversa igual quando você vai em alguma palestra do tipo a interferência da física quântica no espaço pra fazer uma pipoquinha. 
 Você sabe o que é física quântica (ou pelo menos acha que sabe), você sabe o que é uma pipoquinha mas simplesmente não consegue juntar os números com letras com o salzinho e o óleo.
 Aí meu amigo começou a falar do óleo pra massagem que ele ia fazer, que não era nada consistente e  que não ficava na temperatura certa; que ficava muito quente do tipo que queima a pele e de repente esfriava de uma vez. Tentei interagir:
 "Nossa, que bosta, hein? Ficar muito quente e esfriar rápido. É... que dó."
   Aí ficava aquilo do tipo "poisé". Esse assunto de eu repetir o que ele falava ainda se fez por umas 2, 3 vezes. Sorte que ele não deixava a peteca cair e já começava outro assunto. Decidi de vez que só ia escutar. E escutei. Escutei. Até que ele voltou pra mesa dos amigos dele. 
  Fiquei pensando de como eu fiz pra perder o jeito de conversar. Será que to saindo pouco? Será que é porque não o vejo tem muito tempo? Até que vi que até aqui eu abandonei. Há um tempinho bom que me esqueci de você, querido blog. Mas calma, toqui. 
  E pronto, no outro dia esse amigo veio aqui em casa me visitar e PASMEM: falou que adorou o dia anterior e que achou ótimo sobre eu ter escutado tudo, porque tá difícil achar quem se interesse pelo outro e que não queira ficar falando o tempo todo (adoro estudantes de psicologia). Pontinho pra lilinda aqui!!
Aí cá estou escrevendo com esperança de ser aceita nesse mundo virtual dos blogs frequentados por pessoas aleatórias apostando que todos vão me dar outro pontinho e me elogiando por ter tido essa vontade de voltar mesmo sabendo que este texto não vai ter conclusão lógica (já avisando) porque não consegui pensar em algo do tipo.
 Espero que tenham conseguido relacionar a questão lilinda deixando o amigo ter um monólogo no bar x lilinda voltando pro blog sem conseguir terminar um texto.
E pronto, termineir o post.

domingo, 28 de julho de 2013

Aprendiz de você

"Oi. Sei que passei um tempo assim, meio distante, meio jogada. Mas é que eu senti sua falta e não soube como saciar essa vontade de você.
 Desculpe-me pelo atraso e pelo olhar distante. Desculpe-me pela música alta e pelo cigarro, sei que você não gosta, mas não fiz por mal.
 Estive pensando no abraço que me falta e no aconchego que simplesmente sumiu, bem assim, quando você se foi. Você levou consigo o que eu tinha de mais bonito. 
Acho que é você o que eu tenho de mais bonito.
 Mas eu não sei brincar disso de "ter" mas não "estar", porque eu já me levanto da cama me perguntando o que você está fazendo e risco na minha agenda um dia a menos que falta pra eu te ver. Eu sinto saudade, sinto falta, sinto sua ausência... mas ainda sinto você em cada abraço no meu travesseiro no meio da noite. E te sinto no vento também. No sol. No banho. No respirar. No cantar (...).
 Você mexeu com uma parte de mim que eu nem sabia que existia; até essa tal parte ruim do medo que sinto quando você fala que talvez a gente não fique tão bem juntos. 
 Desculpa pela palavra que eu escrevi errado, mas é que eu to aprendendo muito mais que escrever. Você está me ensinando a interpretar. 
 Sempre senti medo de ficar presa a alguém, de ficar dependente. Mas aconteceu e eu não pude evitar. Estou dependente de você.
  Desculpe-me também pela ousadia, mas quando você voltar, vou te amarrar no pé da minha cama pra você nunca mais sumir de mim."

terça-feira, 4 de junho de 2013

Encontrei

 Encontrei aquele brinco perdido há muito tempo que precisei alguns meses atrás pra um casamento qualquer.
 Encontrei aquele livro que ganhei de uma amiga quando estávamos no primeiro ano no colégio.
 Encontrei a cartinha que escrevi pro meu 17º amor quando no ensino médio.
 Encontrei aquele sentimento que andou escondido por tanto tempo aqui dentro.

Encontrei você, um motivo pro meu dia acordar bonito mesmo em dia nublado.

Pode ser que nossas noites de conversas baixinhas e beijos sinceros acabem daqui 5 anos. 3 meses. 1 semana.
 Pode ser que o frio na barriga passe amanhã.
 Mas eu encontrei: encontrei o amor.
 Na verdade eu acho que ele se cansou dessa brincadeira de esconde-esconde e resolveu mudar a brincadeira. Talvez um pega-pega.

Encontrei alguém que me leve e busque e beije e abrace e brinque e me faça ficar mimada (o que não foi uma boa coisa ao me pegar luxenta conversando com minha mãe pelo telefone). Mas é que tem esse estalinho dentro do peito que me faz rir toda vez que te vejo entrando de fininho pela porta da sala pra ver o que estou fazendo, quando você canta aquela música com um inglês indecifrável ou quando inventamos apelidos estranhos pra cada parte do corpo.

Eu queria te levar pra passear na lua, pra quem sabe ganhar uma "carona, quentinho aí dentro" pra qualquer lugar do mundo, pra alguma casa subterrânea da Irlanda ou pra alguma fazenda no sul do país.
Te levar pro meu cantinho, debaixo da minha coberta, pra ver um filme de terror (que na verdade eu sei que vou assistir sozinha).
 Te levar pra minha vida. Ou pro resto dela.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Me dá um pouco de você, mais ou menos o tanto que já te dei de mim.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Muita gente veio ao mundo pra rir.
Veio pra rir com os amigos, veio pra rir com os erros, veio pra rir dos seus próprios erros, veio pra rir de piadas sem graça, veio pra rir depois de dois goles de cerveja, veio pra rir quando se está atrasado e veio pra ensinar a sorrir. 
Eu aprendi a rir um tempo atrás, talvez quando eu eu nem tinha consciência do que era um sorriso. Mas eu aprendi a rir, mas não a preservar um sorriso. Eu não tenho esse sorriso  bobo que algumas pessoas exalam e, cá entre nós, eu as invejo um pouco. 
 Eu sei o que é vasculhar a casa da sua mãe, depois de se mudar traçando outros planos pra sua vida, e achar coisas que qualquer uma dessas pessoas iluminadas  e cheias de sorrisos simplesmente sorririam. 
 Hoje eu achei um disquete (sim, aquele quadradinho usado em meados de 2000 pra guardar documentos de muito pouco espaço) com meu nome e vi  todo tipo de coisa simples que me fazia rir. Tinha uns joguinhos, umas imagens  10x15 tiradas da internet da avril lavigne e uns documentos do word. Tinha documento com depoimentos de um antigo romancezinho (que fiquei decepcionada quando não consegui abrir), tinha um com o título "diário virtual", um documento no excel com uma tabelinha sobre meu dia a dia  e uns outros. O diário eu nem tentei abrir porque eu me lembro que coloquei uma senha que nem se eu tentasse todas as combinações da minha atual cabeça funcionariam. E eu ri.
 Ri da minha ingenuidade e ri de curiosidade  pra ler o meu "diário". 
 Troquei o disquete por um que dizia "fotos". Umas 12 fotos de um rancho onde meu pai tinha nos levado muito tempo atrás.
 Eu fiquei surpresa porque, naquele tempo, fotos de câmeras digitais eram um luxo!
 Mas eu não ri. Eu senti saudade só, mas não aquela saudade de "como foi bom", mas sim a "quero você de volta, pai". 
 Mas eu vi que apesar de ter perdido uma pessoa muito especial, apareceram outras em minha vida que tomaram conta desse pedacinho triste. 
 Na verdade eu tô escrevendo esse tópico pra agradecer 3 amigas em especial, porque apesar de tudo, vocês são quem me fazem sorrir de manhãzinha quando mandam mensagens do tipo "Eu estou dopada de calmante de maracuja, to lesad e com vontade de falar que vcs sao muito importantes p mim. Sdds <3 p="p">
 É chato pras outras pessoas (se não as 3 amigas) lerem isso, mas que se foda também. Clima de chuva sempre me deixa mais sentimentalzinha e eu realmente queria aproveitar isso pra expressar um pouco do que eu sinto pra elas. Obrigada vocês, que me ensinaram a beber e não ficar tonta com 2 copos, obrigada vocês que sempre falam que eu não tenho a mínima linha de raciocínio pra ter uma conversa com sentido, obrigada por me darem carona quando eu chego de viagem e tô cheia de malas pra carregar, obrigada vocês que me fazem companhia quando tô sozinha em casa e não importam de ficarem esticadas em 2 colchões na sala pra que caibam todas em um só cômodo, obrigada vocês que mandam vídeos sem noção que não fazem o mínimo sentido, mas que dizem que se lembraram de mim, obrigada vocês que pegam meus pontos fracos pra fazerem piadas, obrigada vocês que  me dão conselhos quando eu pareço uma criança perdida no meio da loja, obrigada vocês que me esperam escolher roupa pra sair, obrigada vocês que me ajudam a chegar nos lugares quando eu não tenho a mínima noção de onde ficam, obrigada vocês que sempre me avisam quando tem "treta" mais pra frente, obrigada a vocês que me aceitaram quando eu estava praticamente sozinha em uma cidade estranha, obrigada a vocês que me ajudam e preenchem um vazio deixado por quem já me fez muito sorrir. Vocês são meu atual sorriso!





Pronto, agora já podemos tirar a foto fazendo estrelinha com as mãos

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Salada de fruta

E já se foram 11 dias, quase 12, que o ano começou e olha só: até agora só pessoas lindas passaram por mim. 
  Eu estava com super planos de viajar essas férias, saindo de uberlândia e  ir pra cidades  vizinhas até chegar no sul,  planos estragados graça a um pequeno problema de saúde que me impediu. E guess what; cá estou em coromandel. Não que eu não esteja gostando, muito pelo contrário. Tá aquele climinha de chuva e aquela migração repentina de cama, tv, computador, cozinha, cama.
 Mas a parte chata é que quando eu fico com tédio eu viro uma ótima crítica. Principalmente quando acho o preço de algo injusto (organizadores do Carná-coró que o digam).
 Não ando criticando comida porque não ando comendo. Dá pra acreditar que critiquei até o novo filtro daqui? Acho o filtro de barro bem mais gostosinho, comparado com aquele filtro de plástico azul pra dar impressão de água limpa. E aquilo é um saco mesmo, só serve pra gastar energia (reclamo disso porque não to podendo tomar água gelada, apesar de chupar 2 picolés por dia). 
 Parte boa: tô emagrecendo. 
 Parte ruim: tô vendo cada vez mais o quanto eu sou chata. Sou praticamente uma criança insuportável quando doente. Meu dia se resume a dormir, acordar com dor -pausa pro remédio-, um danone, volto a deitar, almoço 2 pedaços de  carne -pausa, remédio-, quero comer salada de fruta agora. Chupo um picolé.  Mãe, faz salada de fruta? -pausa, remédio pra dor de novo-. Carrego o meu colchão pra sala e deito pra assistir tv. Cochilo e, opa, dor de novo, remédio de novo! "Salada pronta" aí é a vez de eu me esforçar um pouquinho a mais: "MÃAAAAAAAAAAE, TRAZ AQUI?" e lá vem minha mãe com a salada. Depois da salada, picolé. E minha vida tá sendo assim nessas férias, essa coisa de migração de cômodos com um sentimento de estar meio dopada. 
 parte ruim: a descrita aí em cima
parte "boa": fiquei umas boas horas num hospital, o que me fez ver que existem pessoas mais felizes e com mais problemas que eu.   
 Tinha especificamente essa mulher, de uns 38 anos, toda apavorada vindo na frente com uma maca e 3 enfermeiros atrás.
"Trás aqui, por favor"
  E onde eu tava sentada, pseudo-internada (tomando remédio na veia pros leigos), tinha uma porta grande na frente que dava pro estacionamento. A cama de rodinha do hospital (desculpem, não sei o nome se não isso ou simplesmente 'maca') passou bem do meu lado com  um velho bem idoso, que depois fui saber que era uma velha. Mas como tudo pode piorar, começou a chover. A mulher ficou mais preocupada ainda 
"-Moço, por favor, ela não pode molhar!!
-Então encosta seu carro aqui perto da porta"
 E a mulher saiu correndo atrás do tal carro. Quando estacionado, ela pedia pra que os enfermeiros a deixassem carregar a senhora, que não falava, não mexia e quase não se expressava, porque ela já estava "acostumada" a carregá-la. Os enfermeiros insistiram e conseguiram carregar a idosa pro carro. E olha, de onde eu tava sentada dava pra ver direitinho que a senhora era bem pesadinha! 
 Depois disso eu fiquei pensando onde a mulher morava, como era a sua casa, onde a senhora ficava... e  fiquei com vergonha com o meu pequeno drama desespero quando foram furar meu braço e sobre meu desespero maior ainda quando tiveram que furar minha mão porque a veia do meu braço tinha estourado (tá roxo até agora, coisa mais linda pra quem olha de longe e pensa que sou uma drogada). 
 Percebi que existem milhares de famílias com alguém necessitado, como a velha senhora, em casa e que não é de nada mal eu parar de dramaqueen em casa aproveitando do meu estado meio zen pelos remédios e ir na cozinha pegar  minha salada de fruta. 

 Espero que vocês tenham entendido a mensagem e vão atrás de suas saladas também.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Adeus 2012

 Eu sempre achei mais fácil falar sobre coisas que me deixam mal. Não sei se é porque me deixa mais sensível, sentimental ou se eu apenas gosto de escrever sobre isso, mas acabou 2012 (e não "está começando 2013"), temos exatamente pouco menos de um dia pra entrarmos em um novo ano (e se preparem: conforme minha ex chefe, é o ano da serpente no calendário chinês, cheio de falsidade e maus contatos).
 (Clichê)~~~~~~> Mudei um tanto considerável desde o começo do ano, especificamente ontem. Saída com amigos recebi uma "definição" que realmente fez sentido: "você se encanta pelo que brilha mais, aí quando você conhece um pouco mais desse brilho, você simplesmente desencanta". 
 Não foram nessas palavras obviamente porque eu estava meio bêbada pra lembrar mas é esse o sentido. E é verdade, sempre fui mais ligada em um sorriso bonito do que a um sorriso sincero. Não que eu olhe exatamente pro físico da pessoa, mas me foco naquela que se destaca mais. 
 Aprendi nesse ano que a vida é simplesmente um fio de vidro e que acidentes de carro significam mais do que eu pensava. Aprendi a gostar, a ser paciente, a viver a dois e que viver a dois é difícil... mas mais difícil ainda é voltar a viver sozinha. 
 Percebi que gosto de pessoas que me dão espaço, que não se importam exclusivamente comigo. Em outras palavras, gosto de quem não me gosta. SOCORRO! Sei que saí de um namoro há pouco tempo... mas quero voltar a sentir borboletas no estômago!! Juro que tenho medo de nunca mais sentir isso...
 Aprendi que família é a base e o suporte necessário, mas não é a fonte de tudo. Querem seu bem mas tenha certeza que eles não vão te ensinar o certo, vão apenas apontar o errado. Mas saiba também que essa merda toda vai te servir muito no futuro.
 Percebi que mudança às vezes é bom, mas que precisamos ter uma ideia fixa de quem realmente somos e sentimos pra termos uma segurança pessoal, pro caso de NII - necessidade individual intransferível  (mais conhecido como "recebi dois conselhos opostos de amigos filhos da mãe e todos me parece uma bosta"). E que à vezes você tem que confiar em você, principalmente em provas de direito constitucional.
 Apesar de não estar empolgada com 2013, espero que seja um ano de coisas novas e pessoas novas. Minha barriga que já está um tanto quanto ~cheia~ de vazio agradece, meu cabelo manco cortado por minha irmã agradece, minhas unhas grandes e rosa-ofuscante-a-espera-do-reveillon agradece e o mais importante: eu agradeço. 
 Agradeço pelo ano que tive, pelas facadas que levei e pelas alegrias, mas agradeço se 2013 chegar logo com muitos sorrisos sinceros.



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

 Ontem eu tive que passar por 85 bancos e, em um deles, tinha um cara com seu filho de uns 6 anos. A fila tava enorme e eu me sentei bem do lado deles.
 O menino estava contando uma história de um loop de uma baleia que era comida por um tubarão que era comido por uma foca que era comida por um jacaré que era comido por piranhas (...) e em cada vez que terminava uma "comida", ele fazia um gesto com a mão tipo o "poisé poisé poisé" do Chaves. Não sei se deu pra entender, mas enfim. Coisinha inocente.
 Depois desse menino  contar a história dele, o pai ficou com a cara séria e disso algo tipo "para com esses gestos emboiolados e vira homem, moleque!".
O menino mudou sua aparência e fechou a cara, ficou caladinho. Eu fiquei pensando se fosse eu a mãe desse menino. Você estragar a história pra comentar que ele está emboiolado.
 Até eu, que também estava rindo, fiquei sem graça. Essa coisa de ser o que a sociedade quer que você seja realmente faz sentido. Se eu fosse um pouco mais barraqueira, eu tinha falado umas coisinhas pro pai da criança, mas não ia me intrometer entre pai x filho. Enfim, só acho que as pessoas dão muito valor ao que os outros pensam. Se for pro menino ser "boiola", não é parar de fazer um gesto qualquer que o fará não gostar de outros meninos. Mas né? "Antes meu filho ser gay no armário com uma namoradinha qualquer do que ser um gay baitola pros meus amigos do futebol".

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Cá estou eu: estudando, namorando, sem emprego (o que não é uma reclamação), recuperando tudo o que devia na faculdade e com a vida muito calma. Esse deveria ser meu melhor ano.
Eis que de repente morrem duas amigas de acidente de moto. Opa, mais um jovem que morre perto da faculdade. Espera, tem mais uma menina que morre em um acidente de van com universitários. Ah, tem a que morre de câncer também. E olha que isso começou a acontecer depois das férias.

Ontem eu estava conversando com uma amiga sobre como tudo está de cabeça pra baixo. São acidentes, depressão, câncer, morte.

Eu não sei se o Cara (se é que Ele existe) la de cima me colocou em uma prova de resistência muito grande com meu pai e resolveu comparar o que eu sinto quando perco alguém muito próximo e quando perco alguém "conhecido" ou se os jogadores (entenda) simplesmente se cansaram do nosso jogo e resolveram jogar seus fantoches todos fora mas, porra! Alguém me explica o que está acontecendo?

Eu lembro que onde eu morava era raro acontecer uma morte com pessoas com menos de, sei lá, 50 anos. Teve apenas um colega da minha irmã que morreu com uns 11 anos andando de bicicleta, foi atropelado na esquina de onde eu morava e outro cara mais jovem (não me lembro a idade dele) que morreu afogado em uma lagoa de lá (Coromandel).
 Aliás, ontem em uma conversa por celular com minha mãe, ela me contou de uma moça que morreu de acidente com moto quando voltava de uma cidade vizinha (viagem que a mãe da moça tinha a proibido de fazer já que ela estava indo pra essa outra cidade -Monte Carmelo/MG- exatamente por ter se machucado de moto). Pronto, pegou a moto da amiga escondida da mãe e morreu em um percurso de mais ou menos 50 km.

Vez ou outra aparece na tv algum médico mostrando a cura ou controle de doenças consideradas "incuráveis" que serão utilizadas pra aumentar a vida de pessoas que, muitas vezes, já viveram o que era pra ser vivido. Não tô falando que não quero isso, de prolongar a vida de quem já ultrapassou os 60, mas acho que a vida é coisa frágil e que só nos damos conta disso quando estamos beirando os 40.
Eu com os meus muito poucos 19 anos estou passando pela pior época da minha vida. Eu assumo, com um pouco de dúvida/receio, ter medo da morte. Tenho medo de enlouquecer em casa, tenho medo de ficar tetraplégica atravessando a rua, tenho medo de morrer indo visitar minha mãe. Na verdade, eu tenho medo até de ter esses medos! Não quero deixar de viver por isso.

 Já posso me considerar doente?




Aqui embaixo deixo os links de alguns acidentes que citei acima.
http://www.patoshoje.com.br/noticias/patos-de-minas/16202-garota-e-adolescente-morrem-em-grave-acidente-com-moto-na-avenida-maraba.html

http://www.patosnoticias.com.br/o_que_acontece/noticia/12125-seguranca_e_transito-universitaria_de_19_anos_morre_em_acidente_envolvendo_caminhao_trator_e_van_de_transporte_de_estudantes

http://www.patosnoticias.com.br/o_que_acontece/noticia/12134-seguranca_e_transito-vitima_de_acidente_com_van_na_mg_410_nao_resiste_aos_ferimentos_e_morre_no_hospital_regional

http://www.patosnoticias.com.br/o_que_acontece/noticia/12120-seguranca_e_transito-motociclista_avanca_parada_obrigatoria_bate_na_lateral_de_caminhao_de_bebidas_e_morre_no_hospital_regional