quarta-feira, 21 de novembro de 2012

 Ontem eu tive que passar por 85 bancos e, em um deles, tinha um cara com seu filho de uns 6 anos. A fila tava enorme e eu me sentei bem do lado deles.
 O menino estava contando uma história de um loop de uma baleia que era comida por um tubarão que era comido por uma foca que era comida por um jacaré que era comido por piranhas (...) e em cada vez que terminava uma "comida", ele fazia um gesto com a mão tipo o "poisé poisé poisé" do Chaves. Não sei se deu pra entender, mas enfim. Coisinha inocente.
 Depois desse menino  contar a história dele, o pai ficou com a cara séria e disso algo tipo "para com esses gestos emboiolados e vira homem, moleque!".
O menino mudou sua aparência e fechou a cara, ficou caladinho. Eu fiquei pensando se fosse eu a mãe desse menino. Você estragar a história pra comentar que ele está emboiolado.
 Até eu, que também estava rindo, fiquei sem graça. Essa coisa de ser o que a sociedade quer que você seja realmente faz sentido. Se eu fosse um pouco mais barraqueira, eu tinha falado umas coisinhas pro pai da criança, mas não ia me intrometer entre pai x filho. Enfim, só acho que as pessoas dão muito valor ao que os outros pensam. Se for pro menino ser "boiola", não é parar de fazer um gesto qualquer que o fará não gostar de outros meninos. Mas né? "Antes meu filho ser gay no armário com uma namoradinha qualquer do que ser um gay baitola pros meus amigos do futebol".

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