Viajei

Linda, após acordar de uma noite nada muito mal dormida, ter ido na aula de inglês e ter literalmente abandonado os amigos que estavam na minha casa, vejo que estou atrasada pra pegar o coletivo (não que EU estivesse atrasada, porque o culpado foi o coletivo, enfim).
 Chego na rodoviária atrasada, tinha perdido meu ônibus. Eu louca querendo vir pra Coromandel NAQUELE ônibus que não demorava mais de 2 horas e pronto, cheguei 5 minutos atrasada. Solução: pegar o que saía 30 minutos mais tarde mas que passava pela estrada de terra.
 Eu e meu instinto, esperta como sou, claro que vou escolher  uma cadeira com janela que realmente seja minha, nada legal aqueles lugares que você pega de vez em quando que, pra sentir um pouco de vento, ou você se encolhe na cadeira ou arreganha o máximo possível pra frente. Escolho a cadeira perfeita!
 Passageiros chegam, se acomodam. Quando o ônibus é ligado, percebo uma pequena mancha amarelada descendo da tal janela. Não preciso dizer o que era, certo? Senti aquele nojinho mas dei aquela cheiradinha despistada pra confirmar se era o que eu realmente estava pensando (sorte tive por já estar sequinho e com poeira em cima).
 Conformada com minha janela, deito meu banco e OPA, chega um velho com cara de tarado. MAS É CLARO que ele ia sentar no banco atrás do meu. Super mereço, não é verdade?
 NÃO, MEREÇO MAIS AINDA! Dois amigos, um na minha frente e outro na cadeira ao lado. Hip hop, rap já é o normal de quem adora escutar música pelo celular em locais públicos, mas poxa.. Zezé di Camargo?
 O ônibus sai e escuto, primeiro, o CD completo do Zezé. Minutos depois começa Eminem. Claro que eu tinha que fazer algo:

-"É EMINEM?"  (cara de "to escutando o som daqui, fdp")
-"É SIM, LIGA AÍ O BLUETOOTH PRA EU TE MANDAR A MÚSICA"                                         
q                                                                                                              
                                                                                  JURO que achei essa imagem na net

E não sei porque, liguei o tal do bluetooth por impulso, em um ato de ficar sem graça. *olhando as músicas do celular* Recebi Eminem, Lil' Wayne e DJ Kiko Oliver. Não me perguntem que diabos é isso de Kiko Oliver porque pra mim é nome de ator pornô.

 (DETALHE SUPER IMPORTANTE: o cara liga o bluetooth com o nome "oi gatinha". Eu começo a rir porque porra, quem diabos coloca isso no nome? Dei uma gargalhada e o cara riu meio sem graça. No final, fui eu quem não tinha entendido o porquê desse nome até eu perguntar e ele: "mas não é verdade?". Na segunda música, o nome já tava "dá pra você passar o nu..." agradeço até hoje pelas reticências. Me fiz de desentendida)

                                                                                                                                           
                                                                                    Adivinhem quem é o figura aí acima


Aproveitando a situação de bluetooth, entupi o cara com Los hermanos e Adele na tentativa de passar o resto da viagem escutando um desses dois; a bateria do cara era master. Como na minha tentativa de avisar o cara que era pra desligar o celular, não deu certo e Zezé di Camargo voltou a reinar no ônibus. Deitei na minha poltrona e dormi. Acordei mais ou menos 30 minutos depois e o ônibus já não tinha meus coleguinhas de celular. Tinha poucas pessoas, resolvi me esticar e deitar ocupando 3 poltronas, cortando o corredor.
 (Última viagem que fiz isso, acordei com meus pés em cima de um senhor com uma menininha do lado, fiquei super sem graça mas ok)
  Acordo com o bundão virado pra cima e um pequeno furo na minha calça. A alcinha de colocar o cinto já tinha arrebentado, fez um estrago notável na calça e eu tinha esquecido desse detalhe. Acordei com o cobrador do meu lado admirando.

obs: saí da rodoviária 3:30, cheguei em Coromandel, 120 KM de Patos, 6:40.