Fomos no "balcão" e pedimos para a bibliotecária pegar as revistas que a gente tinha anotado, ela deu uma olhada e já viu que estavam faltando uns números e uns detalhes necessáios.
A bibliotecária era uma "típica bibliotecária": usava óculos, tinha um cabelo não muito arrumado e já não era uma mulher jovem, a única diferença (entre ela e as bibliotecárias da minha imaginação), foi o pequeno anel na sua mão esquerda. Percebendo que faltavam alguns números pra buscar as revistas, a mulher começou a me explicar tudo o que faltava e como eu deveria anotar, chegando a virar o monitor pra que eu observasse melhor.
Acho que ela é uma daquelas pessoas que você poderia ficar conversando por horas, que tem 1001 histórias pra te contar de quando ela era mais jovem, com seus romances correspondidos e aventuras de sair escondido a noite com o suposto namoradinho. Talvez (pra continuar no clima de filme) eles não puderam ficar juntos, então ela foi obrigada a se casar com um cara que, até hoje, é seu parceiro.
Eu queria ter um desses romances, se não fosse o fato de que, na casa dos meus pais, todas as janelas são meio super protegidas, com grades e tudo mais. Não haveria como fugir de casa (pelo menos não pelas janelas).Acho que a internet e toda a facilidade que ela trouxe de conhecer e conversar com pessoas, tirou o encanto de olho no olho, de sentir um friozinho na barriga e a outra pessoa perguntar o por quê de você estar olhando pra baixo. Mas, de um jeito ou de outro, eu já estou ligada a essa rede de não olhar no olho, de não se esconder quando a barriga esfria (já não sinto isso há muito tempo). A internet já me pegou.
Eu me imaginaria sendo uma bibliotecária, com todos os livros ao meu redor e um enfeite no dedo da mão esquerda, esperando que algum aluno qualquer se interesse pelo meu olhar ou pergunte o que eu acho de algum livro qualquer.
Nota: não acho que todas as bibliotecárias são solitárias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário